segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Novo Site do Núcleo


Comunicamos que o Núcleo de Arte Contemporânea, agora chamado de oNúcleo está em novo endereço virtual.

Acesse http://onucleo.art.br para continuar nos acompanhando.

Para fazer parte e saber mais sobre o projeto atual, CLIQUE AQUI.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Exposição: "A feia que sabe que não é tão feia"

Durante o mês de Fevereiro 2011, a GARE Cultural, que mantém e administra a ABRA-Vila Mariana, apresenta a exposição "A feia que sabe que não é tão feia", com trabalhos de Carol Paz e Elen Gruber, integrantes do Núcleo de Arte Contemporânea.



Carolina Paz
"Com esta mostra, Carolina traz uma série de experimentos em que pretende desdobrar elementos com os quais já trabalha através da pintura: fragmentos, recorte, repetição, voyerismo, figura humana e a imagem (foto/cinematográfica); adicionando a eles um caráter mais intimista e pessoal que revela novos componentes: fetichismo, memória, libido entre outros.
O uso de outras mídias, além da pintura, faz parte deste exercício. Apesar de 'novos' em termos de produto criativo, todos eles preservam o modus operandi que a artista já vinha aplicando nos trabalhos anteriores. O que muda é que, desta vez, Carolina mostra outras possibilidades de apresentar seus objetos de interesse, mantendo o mesmo jeito que os captura no mundo e os processa.
Os trabalhos se referenciam, giram em torno de algo comum. Porém, porque dependem do momento em que foram criados e da forma que estão configurados, individualmente, não convergem para um mesmo lugar, para uma mesma ideia. Cada um deles tem uma 'identidade própria'. Há aí uma necessidade de deixar aberta a possibilidade de esses serem reorganizados, separados, unidos a outros trabalhos."


Elen Gruber
"Intitulado 'Rosa e Branco', o trabalho apresentado por Elen trata-se de um vídeo composto pela junção de duas gravações. Nelas a artista realiza performances, onde aparece de corpo pintado - numa em rosa, outra em branco. As gravações apresentadas em paralelo ocupam de forma diferente a totalidade do espaço do vídeo.
No lado 'Rosa' a artista, em sua performance, parece sentir prazer e satisfação ao tocar e engolir, estabelecendo uma relação potencialmente sensual com o alimento. No lado 'Branco', o movimento do corpo sugere dor e sufocamento.
Nas duas imagens a artista se preocupou em tirar qualquer elemento que facilitasse a identificação do lugar. Embora possuam características de lugares usuais, esses lugares não são identificáveis e poderão remeter a muitos possíveis lugares.
O som é dado relevante e compõe a obra."

Bibliografia
Cosac, Charles. 'Hábitos estranhos' em Farnese objetos: Charles Cosac São Paulo: Cosac Naify, 2005.
Guattari, Félix. Caosmose: um novo paradigma estético São Paulo, Ed.34, 1992.
Deleuze, Gilles. 'What Children Say' in Essay critical and clinical Verso, 1998.


De 02 a 22 de fevereiro de 2011.

Local: Galeria da GARE Cultural

Tel. (11) 3564-2696    3564-2695



sábado, 22 de janeiro de 2011

Exposição "VIGÍLIA" e "OHNOGRAFIAS"


A exposição da fotógrafa Beth Barone marca o início do ano na Galeria da GARE Cultural, dona e administradora da franquia ABRA-Vila Mariana.



Em Vigília a artista explora a passagem do tempo e desarticula o ponto de vista do observador. 
O trabalho é composto por 12 fotografias tamanho 40cm (A) x 60cm (L), adesivadas sobre placa de alumínio. As fotos deverão ser fixadas sobre a parede com fita dupla-face ou material similar, compondo uma obra única formada por 6 imagens na parte superior e 6 na parte inferior, conforme ilustração abaixo. Após a montagem, o trabalho medirá 80cm (A) x 360cm (L).



 Este trabalho – que reúne fotografias sequenciais de longa exposição do céu numa noite de ventania – estabelece uma relação com o tempo tanto no processo da tomada fotográfica, quanto na apresentação que remete aos frames cinematográficos. Nesse viés de corte temporal, as imagens acumulam os movimentos das nuvens, justamente esse elemento que, segundo Philippe Dubois - em sua análise sobre as nuvens fotografadas por Stieglitz na série Equivalências - “a nuvem é antes de mais nada uma substância corpuscular sem contorno, sem forma definida, sem corpo próprio, uma espécie de véu, de cortina, um lençol de vapores, um condensado de auras – e sobretudo algo que não existe por si só. Ou seja, a nuvem só aparece como objeto visual (...) porquê funciona como traço, como reflexo, como revelador de algo além daquilo a que está fisicamente ligada: por exemplo, a nuvem, ela própria incolor, é aquilo que, pela graça da reflexão, proporciona matéria à luz, a atualiza, a torna visível”[1]. Nesse sentido, o fato das imagens terem sido obtidas com longa exposição numa noite de ventania, acentua esse efeito de véu, esse registro acumulativo, cujo resultado nos remete à pinceladas sobre  papel. Leonardo Da Vinci escreveu em seus Cadernos: “para representar o vento, além do arqueamento dos galhos, representarás as nuvens”[2]. A lua parada, também presente na maioria das imagens, ao contrário, possui materialidade e impõe sua presença, mesmo que temporariamente difusa por essa passagem. Ao final ela se mostra como único elemento presente no infinito espaço vazio, ela é o que resta.




No recorte espacial há duas abordagens que se misturam e se alternam. Há fotos com recortes fotográficos bem definidos nas quais a presença de um prédio ou mesmo da janela onde se encontra o observador  - que vigia a lua e a passagem das nuvens - nos faz compreender a imagem como fotográfica, trazendo pistas, inclusive, de localização. Porém, há também imagens do céu nas quais o recorte fotográfico – sempre necessariamente finito, fechado e limitado – se dá num “espaço referencial (...) por definição completamente infinito, ilimitado, sem fronteiras e sem ponto de parada”, com a luz refletida difusa da lua como único referencial de apoio.


No dicionário Aurélio a palavra “vigília” significa: “1. Privação ou falta de sono; insônia, lucubração: “Cresce a noite, e a vigília cada vez mais acesa; sem dormir, sonha.”(Antônio Feliciano de Castilho, A Lírica de Anacreonte, p.14.) 2. Estado de quem, durante a noite, vela, permanecendo acordado; vela; velada: a vigília de uma sentinela”.  Ferreira, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa, p.1776


Dubois, Philippe. O Ato Fotográfico, p.202
Dubois, Philippe. O Ato Fotográfico, p.206




Já em Ohnografias a artista mostra duas fotografias do dançarino de butoh Yoshito Ohno nas quais ela  explora a ausência do referente fotográfico. O título faz alusão às famosas Rayografias de Man Ray. Os trabalhos são experimentais e resultam de discussões do Núcleo de Arte Contemporânea, que estimula artistas no pensar e no fazer artístico contemporâneo.



O trabalho é composto por 2 fotografias do dançarino Yoshito Ohno, tiradas no final dos anos 90, durante uma apresentação de butoh, uma dança tradicional japonesa cuja maquiagem melancólica – com uma pintura branca sobre todo o corpo - procura esconder pele e pelos, tentando revelar as “formas da alma”. Segundo Solange Caldeiras, no butoh “a obra é uma espécie de moldura para a autocontemplação de um olhar que encara o vazio existencial. (...) É necessário luz para se ver o oculto, e este oculto está dentro de cada um”.





As fotografias foram obtidas com uma câmera analógica, cuja película P&B (Tri-X da Kodak) foi utilizada em processo puxado e teve seu tempo de  revelação aumentado. Como pode ser observado nas imagens, o altíssimo contraste que resultou desse procedimento retirou definitivamente qualquer vestígio da figura humana fotografada, resultando numa espécie de sombra branca.

Existem referências na história da origem da pintura que mencionam o uso das mãos que, colocadas sobre uma parede, assoprando-se sobre elas um pó colorido, resultavam numa imagem de “um traço, uma transposição, o vestígio de uma mão desaparecida que estava ali (...) O resultado, imagem de um contorno por contato, aparece assim como uma sombra em negativo, figura em branco, em oco, esvaziada, pintura não pintada (...) obtida por subtração”


Na fotografia, esse padrão de trabalho, também obtido por subtração, aparece nas famosas Rayografias de Man Ray e nos Fotogramas de Moholy-Nagy, imagens obtidas sem câmeras, nas quais objetos são colocados sobre papel fotográfico (sensível á ação da luz) que, após ser sensibilizado e revelado resultam numa imagem branca (do objeto) sobre fundo preto.

Em oposição aos exemplos citados, neste trabalho é a luz refletida oriunda da presença do referente que se inscreve sobre a película registrando o branco absoluto que nos remete diretamente às técnicas de subtração citadas. A foto que deveria atestar que o homem esteve lá, acaba por atestar sua ausência, pois ultrapassa seu referente, congelando-o nesse índice parcialmente autônomo que se move e tenta sair de cena pela representação sequencial executada no ato da tomada.

Os formatos escolhidos para as ampliações estão relacionados aos quadrinhos que utilizam o desenho para contar uma história com acontecimentos sucessivos.

Caldeira, Solange. Butoh: A Dança da Escuridão. Mimus Revista on-line de Mímica e Teatro Físico, ano 1 no.1, pág. 12
Dubois, Phillipe. O Ato Fotográfico. pág. 116. 



Textos e fotos de Beth Barone




De 03 a 29de janeiro de 2011
Galeria da GARE Cultural (administradora da ABRA Vila Mariana)

SEG a QUI das 9 às 20hs – SEX das 9 às 19hs - SÁB das 9 às 14hs
Entrada Grátis - Estacionamento no local

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Encerramento do ano 2010

Para encerrar as atividades do Núcleo de Arte Contemporânea no ano de 2010 com chave de ouro, preparamos a seguinte programação para os integrantes:


Acabamos de confirmar com Juliana Freire - diretora da Galeria Emma Thomas - nosso encontro do dia 11 de dezembro (sábado próximo) às 13h. A sugestão é que todos os integrantes cheguem mais cedo para ver a exposição em cartaz, participar da conversa com a Juliana e aproveitar a programação que segue abaixo. Haverá leitura de portfólios aberto ao público e é uma oportunidade para o grupo ver como é se preparar para as próximas.

 Sugestão
 11h30 - Chegada para ver a exposição em cartaz:  Marcio Banfi inaugura a exposição "Ninguém é uma Ilha", na Galeria Emma Thomas.
A partir de auto-retratos, o artista explora o próprio corpo, pensando conceitos como identidade e estética. “Essa exposição é uma evolução do que venho trabalhando desde 2006, quando fiz a minha primeira [mostra] individual. Coloco meu corpo como suporte do meu trabalho, é bastante arriscado, estou muito próximo da pessoa com quem estou falando e isso gera um certo desconforto que provoca reações adversas, tem pessoas que ficam aflitas, outras tristes...”
13h00 - Encontro de Juliana Freire com os integrantes d'oNúcleo 
15h00 - Espaço aberto para artistas interessados em mostrar portfólio - das 15h00 às 16h30
17h00 - Mesa de discussão "quantos anos tem a arte jovem hoje?" com Juliana Monachesi, Jorge Menna Barreto, Christine Mello, Adriano Casanova, Roberto Winter e Juliana Freire!

Performance de Guilherme Peters e ação de Henrique César

Local: Galeria Emma Thomas
Rua Barra Funda, 216, Barra Funda, São Paulo – SP
Tel.: 11 9426 - 6991

sábado, 27 de novembro de 2010

Reunião de Novembro dos integrantes do Núcleo

No último sábado de novembro, fizemos mais uma reunião dos integrantes do Núcleo de Arte Contemporânea - a penúltima do ano.

Neste mês foi dada uma proposta de workshop para os membros, por sugestão de um deles - Carol Paz - cujo tema foi 'Pesos e Medidas'.
Todos deveriam produzir pequenos trabalhos, com a condição de usarem outro meio, que não aquele que usam normalmente para fazer seus projetos e com que estão habituados: por exemplo, quem usa fotografia como linguagem, deveria escolher outro meio que não a foto, como desenho ou instalação, objeto, e assim com todas as linguagens.

Foi feito um encontro extra durante o mês, quando tiveram oportunidade de discutir e amadurecer perante o grupo as ideias que pretendiam trazer.

A partir disso, no sábado dia 27, pela manhã, a galeria da GARE Cultural, dona e administradora da franquia ABRA-Vila Mariana, foi disponibilizada para que eles pudessem montar seus trabalhos.



Iniciamos a discussão dos trabalhos na sala de computação, com um vídeo de Angela Camata.

Passando à galeria, cada integrante teve a oportunidade de apresentar sua proposta, como a de André Terayama, abaixo.




A cada trabalho exposto, abria-se uma nova discussão para que todos, membros e coordenadores, opinassem e refletissem juntos.

Abaixo, proposta de Marinalva Martins Pinheiro



Abaixo, instalação de Carol Paz




Tivemos nesta reunião, a visita - de grande valia e sempre muito benvinda - de Luciana Nemes (especialista em museologia), que opinou também sobre os trabalhos, e disse estar "bem impressionada com o ritmo e a produção dos membros".

Abaixo, Luciana Nemes junto com os coordenadores Elias Muradi e Rubens Pontes


Beth Barone, cuja linguagem sempre foi a fotografia, apresentou uma instalação como parte deste workshop.



Abaixo desenho (grafite diretamente na parede) de Daniel de Souza


Ana Rey também apresentou sua mais atual produção, em fotografia. (Infelizmente não temos registro do seu trabalho).

Recebemos também uma nova 'futuro membro' do Núcleo, Marta Masiero, que trouxe alguns trabalhos para que todos comecem a conhecê-la.


Marta apresentará formalmente seu portfólio à coordenação do Núcleo para que no próximo ano possa começar a efetivamente participar das atividades e encontros.

O próximo encontro acontecerá no dia 11 de dezembro, com uma convidada especial e visita a uma galeria.

Fotos: Mila Thiele

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Corpo de Pintura

 Dentro da proposta do Núcleo para com seus integrantes, está disponibilizar a galeria da GARE Cultural, dona e administradora da franquia ABRA-unidade Vila Mariana para o exercício de projetos.


Neste final de semestre, dois integrantes - André Terayama e Daniel de Souza - apresentaram propostas para a ocupação deste espaço, e tiveram a oportunidade de exercitar a montagem completa desta mostra, da sua concepção à localização de cada obra.

Com o título "CORPO DE PINTURA", Daniel de Souza apresenta pinturas (óleo sobre tela) e André Terayama objetos em cera e pigmento.



Abaixo: André Terayama (à esq.) e Daniel de Souza (à  dir.)





Acompanhados pela coordenação do Núcleo, discutiram localização, alinhamentos, incluindo também a calibragem da iluminação de acordo com as obras.




Abaixo detalhes do trabalho proposto por André Terayama, e um breve depoimento sobre todo este processo.





"A mostra é uma obra em processo, nela encontram-se possibilidades de permuta e cambiáveis diálogos com o espaço. Ocupar o chão gera uma reflexão sobre todas as partes que compõem a sala, estabelece um diálogo com as paredes, o teto, a passagem. Eleger a cera de abelha como material que constituem os trabalhos é dialogar com a história da pintura.O cheiro do material toma o espaço, afirma a importância da presença do espectador. O experimento abriu novos caminhos para minha poética." André Terayama












A seguir alguns detalhes da obra de Daniel de Souza, também acompanhados por seu depoimento.







"Adorei produzir as pinturas especialmente para a mostra, é outro viés do processo criativo. Foi interessante juntar a narrativa, presente no meu trabalho, ao “lugar” no qual foi instaurado. Como o André quis dialogar com o chão da galeria, pensei em dialogar com o azulejo e o ladrilho (que fazem parte da estrutura original da casa escola/galeria que já foi uma residência) nos quais os tamanhos foram inspirados."  (Daniel de Souza)







Parabenizamos André e Daniel, por terem se 'aventurado' neste desafio, com certeza um rico exercício, tanto em termos de montagem como na condução e amadurecimento de seus próprios projetos.

Esta mostra estará aberta para visitação até dia 22 de dezembro de 2010.

Saiba mais sobre oNúcleo clicando aqui
T. (11) 3564-2696   3564-2695

De 18 de novembro a 22 de dezembro de 2010
Horário: de 2a. a 5a. feira - das 9h às 21h
Às 6as. feiras - das 9h às 19h
Aos sábados - das 9h às 14h

Fotos: Elias Muradi e Mila Thiele